
Outras culturas como a italiana e principalmente a oriental - representada por chineses e japoneses, deram origem à culinária peruana, conhecida hoje e muito apreciada em toda a europa e que está sendo bem representada em São Paulo por uma variedade de restaurantes especializados.
Os imigrantes chineses importavam sementes, desde o “jolantau” (alverjas chinesas) até o “chion” (gengibre) e o “sillao”. Depois de cumprirem seus contratos de trabalho, se assentavam nas cidades do litoral, abrindo pequenos estabelecimentos de comida.
Logo os peruanos aprenderam a gostar da nova comida, simples e saborosa e que era vendida nas ruas próximas ao mercado central, onde atualmente é o Bairro Chinês. Um dos pratos que misturou influências da China e do Peru é o “lomo saltado”. As técnicas de fritar movendo chegaram ao Peru na segunda metade do século XIX e colocaram na mesma panela o “ají” peruano junto com o “chion” e o “sillao”. Uma prova da importância da culinária chinesa no Peru é o fato de que, depois de 50 anos da chegada dos imigrantes, praticamente todas as famílias ricas e elegantes de Lima tinham um cozinheiro chinês.
Em 1899, chega ao Peru o navio “Sakura Maru”, trazendo 790 imigrantes japoneses. Estes imigrantes deixaram marcas definitivas na gastronomia peruana. Da mesma forma que os chineses, os japoneses chegaram sozinhos para trabalhar nas fazendas do litoral e também tiveram de trabalhar arduamente no campo. Porém, na década de 20, trouxeram suas famílias e permaneceram no país.
Foi nesta época que surgiram os primeiros restaurantes japoneses e a cozinha peruana incorporou o shoyo e o missô. As famílias japonesas comiam peixe, alimento que os peruanos não costumavam comer nos anos 20 e 30. No final da década de 50, já existiam em Lima alguns restaurantes japoneses que serviam pratos de peixe e mariscos frescos.
Os Incas comiam ceviche marinado em “chicha” (bebida proveniente da fermentação do milho) e vários sucos ácidos de frutas. Foi com a introdução do limão e da cebola pelos espanhóis e do peixe pelos japoneses que surgiu o tradicional ceviche, prato mais ilustre da cozinha peruana (veja receita abaixo)
Os doces
A chegada da cana-de-açúcar foi uma surpresa deliciosa para os peruanos e um complemento perfeito para suas ervas e especiarias, razão pela qual o consumo de açúcar foi muito grande. Os conventos foram os grandes especialistas na elaboração de doces e sobremesas, cada um deles tinha a sua especialidade. Ainda hoje os doces peruanos são europeus com um toque africano.
As características principais destes doces eram as suas cores vibrantes e os formatos trazidos pelos escravos africanos, que eram os cozinheiros das famílias do vice-reinado. Os peruanos adotaram os ritmos da música e das danças africanas, as especiarias e os condimentos aromáticos, que junto com o milho de origem incaica resultou em uma perfeita combinação, como “El manjar blanco” e “la Natilla”. Os escravos também criaram os “anticuchos”
As características principais destes doces eram as suas cores vibrantes e os formatos trazidos pelos escravos africanos, que eram os cozinheiros das famílias do vice-reinado. Os peruanos adotaram os ritmos da música e das danças africanas, as especiarias e os condimentos aromáticos, que junto com o milho de origem incaica resultou em uma perfeita combinação, como “El manjar blanco” e “la Natilla”. Os escravos também criaram os “anticuchos”
O Pisco

A destilação já era conhecida pela cultura incaica, provavelmente desde antes do século IX. No entanto, a destilação do pisco só começou a ser preparada depois da chegada dos espanhóis, que trouxeram da Europa a uva moscatel.
O nome pisco está estreitamente ligada ao porto de Pisco, local por onde a bebida era exportada para outros países. A embalagem de transporte era feita em vasilhas cilíndricas, de boca estreita, gargalo curto e com pequenas asas de barro cozido, que depois eram fechadas e lacradas com cera de abelha. Este tipo de embalagem fazia parte da tradição da cultura pré-Inca Paracas, desenvolvida nesta região.
A palavra "pisco" ou "pisko" significa ave ou pássaro no dialeto peruano quéchua. O Porto de Pisco foi batizado com este nome por causa da grande quantidade de pássaros que vivem nas ilhas Ballestas no litoral peruano, onde está localizado o porto.